Tive o prazer de acompanhar de perto, nos últimos dias, duas belas partidas da Superliga Feminina de Vôlei em São Caetano do Sul, na região do ABC Paulista. O time da casa recebeu o Sesi, na sexta-feira (16), e o Mackenzie/Cia. do Terno na segunda (19). Venceu a primeira, por 3 sets a 0, e perdeu a segunda, por 3 sets a 2.
Isabela, do São Caetano |
Mais importante do que os resultados foi a chance de poder ver mais de perto que o futuro do vôlei brasileiro promete ainda mais glórias e conquistas. Isso apenas observando três equipes que não são consideradas favoritas ao título nacional deste ano, mas que apostam muito na juventude de suas jogadores para fazer bonito na Superliga. Começo com o time do ABC, que vi jogar em duas oportunidades.
O São Caetano sofreu um baque, há um ano e meio, com o fim da parceria com a empresa de medicamentos Blausiegel e a consequente saída das campeãs olímpicas Mari, Sheilla e Fofão, com quem tive o prazer de conversar para uma reportagem produzida para o RROnline em abril do ano passado, justamente alguns dias antes do anúncio do rompimento do patrocínio.
Na época, Fofão esperava que a parceria fosse mantida e até chegou a dizer que as chances do time do ABC chegar à final da temporada seguinte era grande. (Veja a reportagem completa de abril de 2010 aqui). Não deu e a prefeitura de São Caetano do Sul teve que assumir o time sozinha, por meio da Secretaria de Esportes e Turismo. No primeiro ano, a equipe foi mal e amargou um décimo lugar com apenas quatro vitórias em 22 jogos.
Mas este ano a proposta do São Caetano parece ter encaixado e a aposta em jovens jogadoras pode render bons frutos ao time do ABC que, após quatro rodadas, é o oitavo colocado (posição que o levaria à fase final da Superliga). A vitória contra o Sesi foi surpreendente, ainda mais pelo resultado (3x0), mas foi a consagração de uma equipe que havia apresentado um bom voleibol contra duas potências da competição, o Sollys/Nestlé/Osasco e o Unilever/Rio de Janeiro.
As adversárias entraram em quadra embaladas por duas vitórias no primeiro ano de participação na Superliga, uma delas justamente sobre o Unilever, das estrelas Mari e Sheilla e comandado pelo técnico Bernardinho.
Juliana, do São Caetano |
O Sesi valorizou muito a vitória do São Caetano, principalmente nos dois primeiros sets (26-24 e 25-23) e mostrou que pode ser um candidato ao título se acertar alguns problemas no passe e também na regularidade em quadra. Isso ficou provado na rodada seguinte, quando o time perdeu para o Usiminas/Minas por 3 sets a 2 após abrir 2 a 0 no placar.
Nos dois que vi, me chamou a atenção as atuações de duas jogadoras do time da casa que surpreenderam pela presença demonstrada em quadra e, ao mesmo, por serem tão jovens. A líbero Juliana, de apenas 17 anos, já tem passagens com destaque pelas categorias de base da seleção brasileira.
No último Mundial Infanto-Juvenil, disputado na Turquia, a jogadora foi eleita a terceira melhor atleta de defesa, com aproveitamento de quase 60%. Além disso, Juliana também teve participação fundamental na conquista do título sul-americano da categoria, no ano passado, no Peru. O que vi em quadra em São Caetano foi uma líbero guerreira, que não desiste de nenhuma bola e tem muito potencial para estar na seleção principal no futuro.
Sophia, do Mackenzie |
A outra jogadora é a ponteira Isabela Paquiardi, que estava no time de base do São Caetano há algum tempo e participou da conquista do título mundial infanto-juvenil em 2009, com a seleção brasileira, em competição disputada na Tailândia. Na vitória contra o Sesi, Isabela se destacou na recepção e no saque, com dois aces marcados.
No time do Mackenzie/Cia. do Terno, o destaque entre as mais jovens também é líbero. Sophia Costa, de 21 anos, esteve muito bem e colaborou decisivamente para a vitória de seu time, a primeira na Superliga, fora de casa.
Espero ver nos próximos jogos e nos outros times novos talentos como os que vi em São Caetano do Sul nestes dias. E viva o vôlei do Brasil!
Fotos: Vipcomm
Fotos: Vipcomm