quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dia do Goleiro: Salve o milagreiro e o frangueiro


Análise de ELDER MONTEIRO

Diz o velho ditado que a profissão do goleiro é tão ingrata que, por causa dele, não nasce grama na pequena área. Que todos os jogadores falham ninguém tem dúvida. Mas se o goleiro falhar, a possibilidade de sua equipe tomar um gol é enorme.

Por isso, a relação das torcidas com esses jogadores se caracteriza pelo extremo. Ou é idolatrado pela torcida, como os já aposentados Marcos e Taffarel, e o goleiro-artilheiro Rogério Ceni, ou são constantemente questionados por suas falhas, como Júlio César, do Corinthians e Deola, do Palmeiras.

Alvos de constantes críticas dos torcedores, os dois foram os principais personagens das eliminações de Corinthians e Palmeiras no Campeonato Paulista, no último domingo (22). O corintiano falhou em dois gols na derrota diante da Ponte Preta. Com o mesmo número de erros, Deola contribuiu para o resultado negativo contra o Guarani.

Do outro lado da moeda, diz um ditado que uma boa equipe começa por um bom goleiro. E quando este jogador se destaca, ele é unanime. Por inúmeras vezes, o ditado falhou. Um grande exemplo desta escola de goleiros é o Palmeiras. Mesmo passando por fases catastróficas, a equipe sempre esteve bem representado na pequena área. Não é a toa, que Oberdan Catani, Valdir Joaquim de Moraes, Leão, Zetti e Velloso, são alguns deles que marcaram história do futebol mundial.

Outros ficaram marcados negativamente na história. Um exemplo disso foi o goleiro da seleção brasileira em 1950, na final da Copa do Mundo. Na ocasião, o Brasil foi derrotado de virada pelo Uruguai por 2 a 1, na falha do goleiro Manga no segundo gol da seleção adversária. 

Muitas vezes questionados por algumas falhas, as torcidas acabam colocando em cheque a carreira desses jogadores. Mas quando o trabalho é bem feito, cada defesa vale uma comemoração, e cada pênalti defendido serve para que ao menos, naquele instante, ele caia nas graças da torcida.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Guarani e Ponte Preta repetem semifinal do Paulistão após 33 anos

ELDER MONTEIRO

O inusitado aconteceu neste final de semana. E junto com ele, a força do futebol do interior voltou. Guarani e Ponte Preta fazem um confronto pelas semifinais do Paulistão, enquanto na outra chave, o São Paulo enfrenta o Santos no Morumbi.

A Ponte Preta veio ao Pacaembu neste domingo (22) taxada como a provável eliminada. Com o Corinthians embalado e após a vitória por 6 a 0, em cima do Deportivo Táchira da Venezuela, todos esperavam um grande show da equipe Paulista. Mas o que se viu, foi justamente o contrário. Vitória de 3 a 2 para a Ponte Preta.

Pelo mesmo placar, o Palmeiras deu mais um vexame. Jogando melhor no primeiro tempo, a equipe se mostrou cheia de falhas no campo defensivo e limitada na criação de jogadas. No entanto, o que valeu foi ver as equipes do interior de volta.

Desde 1979 os times não se enfrentavam pelas semifinais do Campeonato Paulista. Na ocasião, a Macaca acabou se classificando para a final, vencendo as duas partidas, por 2 a 1 e 1 a 0. Na final, a equipe do interior perdeu para o Corinthians.

Desta vez, o dérbi campineiro será decidido em apenas um confronto, que será disputado às 18h30, no próximo domingo (30), no estádio do Guarani, o Brinco de Ouro da Princesa.

Já na outra semifinal, o São Paulo recebe o Santos, um pouco mais cedo, às 16h.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Santos 100 anos: Um orgulho que nem todos podem ter

"Nascer, viver, e no Santos morrer é um orgulho que nem todos podem ter"

O hino oficial do Santos diz muito sobre a história gloriosa do clube da Vila Belmiro, que completa 100 anos de existência neste 14 de abril de 2012. Mesmo dia em que o mundo lembra o centenário da tragédia com o navio Titanic. O dia em que um gigante afundava, enquanto outro emergia. 

Não sou santista, mas o Peixe é um clube que todas as pessoas devem respeitar. Alguém ousa manchar alguma das muitas conquistas do Santos neste um século da vida? Como palmeirense, tive e tenho que ouvir várias vezes o famoso "só ganharam por causa da Parmalat", em referência às conquistas do Verdão entre 1993 e 2000. Isso só ficou pior por conta da seca de títulos que o time do Palestra Itália vive desde o fim da parceria com a multinacional italiana.

Amigos corintianos são obrigados a conviver com as famosas acusações de "apito amigo" em títulos como o Brasileirão de 2005, quando uma arbitragem polêmica de Márcio Resende de Freitas revoltou o Internacional de Porto Alegre, vice-campeão daquele ano, em um empate no Pacaembu contra o Timão.

Os são-paulinos, que têm o Morumbi como um de seus maiores orgulhos, precisam rebater as línguas que insistem em apontar o suposto uso de dinheiro público na compra do terreno e construção do estádio. Assim é o futebol, nós nunca conseguiremos apontar quem está ou não com a razão. Não vou entrar nos méritos de nenhuma dessas provocações que eu citei. Que o mundo do futebol continue debatendo, pois essa é a graça do esporte.

Mas o fato é que pouca gente tem argumentos para falar do Santos. O mais comum, até pouco tempo, era o tradicional "time de velhos, só ganhava com Pelé". "Só ganhava com Pelé", quem me dera ter um desses no meu time. Quanta gente nesse mundo, apaixonada por futebol, não gostaria de ter contado com Pelé em suas seleções. Pior, para quem bradava essa provocação, é ter que conviver com uma geração como a de Neymar, Ganso e cia, que ganha quase tudo e só deu o azar de existir na mesma época que o Barcelona de Messi.

Três Libertadores, dois Mundiais de Clubes, oito Brasileiros, uma Copa do Brasil, 19 Paulistas. Em um País que conta com 12 clubes imensos, isso é muita coisa. E o Santos detém esse cartel de conquistas que qualquer torcedor deste Brasil sonharia. Mas esse é o tal do orgulho que nem todos podem ter.