1992 marcou a chegada ao Palmeiras de um rapaz simples, nascido em Oriente, interior de São Paulo, que talvez não imaginasse que um dia podia cravar o seu nome da história do futebol mundial. O goleiro Marcos estreou como titular do Verdão em 1996, e no mesmo ano já foi convocado para a seleção brasileira.
Viveu no Palmeiras do ápice com as conquistas de títulos como o da Libertadores, até o inferno, com a queda do clube para a série B. Conheceu mais do que ninguém, como é difícil se tornar um ídolo e um líder em um clube com tantas divergências políticas que afetam dentro de campo.
Relembre o primeiro jogo de Marcos com a camisa do Palmeiras em 1996
Conviveu em sua carreira com diversas lesões. Tanto é que, já há algum tempo, o ex-jogador declarou que não era mais possível atuar sem sentir dores. Com lesões espalhadas pelo corpo, e uma inclusive no punho, não o impediram de realizar grandes apresentações.
Para se ter uma idéia da grandeza do goleiro, ele pode ser considerado por muitas pessoas desta geração como o melhor da história por suas defesas espetaculares, que nenhum outro goleiro certamente conseguiria realizar.
Essa habilidade com as mãos com certeza não se traduzia aos pés. Com o domínio da bola, Marcos era nervoso e passava isso a sua torcida. Mas esse defeito sempre valeu a pena relevar, porque ele obteve grandes apresentações ao longo das 532 partidas disputadas.
No sacrifício, o goleiro mostrava porque era considerado santo, e a cada lesão, uma nova volta por cima. Em 2003, após ser campeão mundial pela Seleção Brasileira e cair para a Série B do Campeonato Brasileiro com o Palmeiras, o arqueiro recusou uma proposta de equivalente a R$ 45 milhões do Arsenal da Inglaterra, para jogar a segundona e devolver o Verdão à elite.
A atitude fez do santo, que é o personagem da conquista da Libertadores de 99, ainda mais idolatrado pela torcida. Por outro lado, o seu jeito simples muitas vezes foi um adversário para o goleiro.
Sempre que o Palmeiras perdia, as entrevistas eram um prato cheio para a imprensa. Falando da falta de vontade e de honra a camisa dos outros jogadores, muitas vezes o atleta deixava ainda mais conturbado o ambiente no Palestra Itália.
Se por um lado o goleiro “queimava” alguns atletas com suas entrevistas, por outro cada vez mais conquistava a torcida brasileira. Como um jovem que ainda precisava conquistar seu espaço no futebol, os brasileiros viam na sua indignação a vontade de vencer sempre e de lutar pela a camisa que vestia.
Por essas e por outras que São Marcos deixará saudades. Não é a toa que o mundo esportivo acordou mais triste nesta quinta-feira (5), já que suas incríveis defesas ficaram apenas marcadas nas memórias dos torcedores e da imprensa. Esperamos ansiosamente que esta lenda seja presenteada com um filme de sua carreira, já que um busto de Marcos na futura Arena Palestra Itália é mais que uma obrigação. Valeu, São Marcos! Obrigado por tudo, ídolo do Brasil!
Confira no vídeo abaixo a íntegra da partida entre Palmeiras e Deportivo Cali, final da Libertadores 1999
Títulos
Palmeiras
Libertadores da América: 1999
Campeonato Brasileiro: 1993 e 1994
Torneio Rio-São Paulo: 1993 e 2000
Campeonato Paulista: 1993, 1994, 1996 e 2008
Copa Mercosul: 1998
Copa do Brasil: 1998
Campeonato Brasileiro Série B: 2003
Copa dos Campeões: 2000
Seleção Brasileira
Copa do Mundo FIFA: 2002
Copa América: 1999
Copa das Confederações: 2005
