quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Retrospectiva esportiva da década: Copa Libertadores da América

Um passeio do Boca Juniors, a volta do Tricolor Paulista, as viagens das "zebras" e a aparição de um novo gigante do futebol sul-americano. Assim foi a década na Copa Libertadores da América.

São Paulo conquista o tri em 2005
Se entre 1991 e 2000 os times brasileiros dominaram a galeria de títulos, desde 2001 nossos times conseguiram apenas 3 conquistas. A tradição do São Paulo retornou com a participação consecutiva em sete edições desde 2004, e o título conquistado em 2005. Esta edição ficou marcada também como a primeira final da competição disputada entre dois times do mesmo país, quando o Tricolor venceu o Atlético-PR.

Tinga faz o gol do título do Colorado em 2006
O feito do futebol brasileiro se repetiu no ano seguinte. Em 2006, Internacional e São Paulo chegaram à decisão mais cobiçada da América do Sul. Surgia ali a nova força do futebol sul-americano. O Colorado venceu na soma dos jogos e levou o primeiro título internacional realmente importante de sua história, algo que se repetiria todos os anos dali em diante com conquistas como a Sul-Americana, Recopa, Mundial de Clubes e a Copa Suruga.

As duas decisões entre brasileiros fizeram a CONMEBOL (Confederação Sul-Americana de Futebol) mudar o regulamento a partir de 2007, proibindo finais entre clubes do mesmo país. O regulamento teve que ser utilizado logo no primeiro ano, mudando as semifinais de modo que Grêmio e Santos se enfrentassem, evitando que ambos chegassem àquela que seria a terceira final brasileira consecutiva.

Zebras

Como toda competição futebolística que se preze, a Libertadores não podia ter deixado de mostrar suas zebras ao longo da década. E a primeira delas quis aparecer logo em 2001. O Cruz Azul foi o primeiro mexicano a alcançar a final, contra o atual campeão Boca Juniors.

Os argentinos venceram na Cidade do México e tudo parecia encaminhado, até que os mexicanos foram a La Bombonera e devolveram o placar de 1 a 0, forçando a decisão por penaltis. Ali não teve jeito, prevaleceram as tradicionais calma e competência argentinas nesse tipo de disputa e o Boca levou mais um título.

Azulão decide a América. Ficou no quase.
No ano seguinte, a zebra atendeu pelo nome de Associação Desportiva São Caetano. Zebra para eles, da América do Sul, porque aqui em 2002 o Azulão já era um velho conhecido, não é mesmo? O então atual bi-vice-campeão (?) brasileiro surpreendeu a todos no continente e chegou à decisão. Mais ainda, enfrentou o centenário Olímpia, do Paraguai, na final e venceu o primeiro jogo fora de casa.

Na volta, no primeiro tempo, abriu o placar, aumentando a vantagem. Mas a sina de vice-campeão que o acompanhava se manifestou no segundo tempo, levando a virada e perdendo no pênaltis o título que o levaria à consagração de, em 13 anos de existência, jogar contra o Real Madrid.

Em 2004, a zebra resolveu chegar ao topo do pódio e erguer a taça de campeão. O Once Caldas, da Colombia, se baseou em um futebol feio e retranqueiro, mas que o fez passar por times extremamente tradicionais do futebol sul-americano: Santos, São Paulo e Boca Juniors. Campeão da Libertadores, como ninguém, nem o mais otimista dos torcedores, imaginava.

No ano seguinte foi a vez do Atlético-PR chegar à final surpreendendo a todos os prognósticos. No entanto, o time não conseguiu chegar tão perto do título como estiveram Cruz Azul e São Caetano. A derrota por 4 a 0 para o São Paulo no jogo da volta doeu no coração dos torcedores do Furacão.

Em 2008, o Fluminense de Renato Gaúcho chegou à primeira final de Libertadores de sua história embalado pelas vitórias sobre São Paulo e Boca Juniors. Era a primeira vez, desde 1963, que um brasileiro passava pelo Boca em um mata-mata de Libertadores. Tamanha empolgação levou o treinador do Tricolor Carioca a dizer que "brincaria" no Campeonato Brasileiro quando o Fluminense ganhasse a competição sul-americana.

Guerrón cala o Maracanã em 2008.
Mas Renato Gaúcho e os torcedores fluminenses não contavam com ela, a zebra. Desta vez ela atendeu pelo nome de Liga Deportiva Universitária, do Equador. A LDU goleou no jogo de ida, por 4 a 2. A torcida do Fluminense lotou o Maracanã para o jogo da volta, gritando a plenos pulmões o coro de "Eu Acredito".

Logo nos primeiros minutos de jogo, a LDU abriu o placar, calando o estádio que voltaria a incendiar com os três gols do time brasileiro que levaram a disputa para a prorrogação e, posteriormente, para os pênaltis, onde brilhou a estrela do goleiro Cevallos, que voltou a calar o Maracanã, no segundo "Maracanazzo" da história.

Este ano, o Chivas repetiu o feito do Cruz Azul, mas foi mais fácilmente vencido pelo novo gigante da América, o Internacional de Porto Alegre.

Balanço da década

CAMPEÕES:

2001 - Boca Juniors
2002 - Cruz Azul
2003 - Boca Juniors
2004 - Once Caldas
2005 - São Paulo
2006 - Internacional
2007 - Boca Juniors
2008 - LDU
2009 - Estudiantes
2010 - Internacional

Ranking de títulos (2001 - 2010):


3 - Boca Juniors (Argentina)
2 - Internacional (Brasil)
1 - Olimpia (Paraguai); Once Caldas (Colombia); São Paulo (Brasil), LDU (Equador), Estudiantes (Argentina).

Ranking de títulos da década por país

4 - Argentina
3 - Brasil
1 - Paraguai
1 - Equador
1 - Colombia

Fotos: divulgação

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